domingo, março 17, 2013

Conhecendo... Patrick Rothfuss!


Patrick James Rothfuss nasceu em Madison, Wisconsin, em 6 de junho de 1973. É um escritor de fantasia estadunidense. Ele é o autor da série A Crônica do Matador do Rei. O primeiro livro da série, O Nome do Vento, que é também seu romance de estreia, fez grande sucesso e foi aclamado pela crítica, entrando para a lista dos mais vendidos do New York Times. O segundo livro da série, O Temor do Sábio, foi publicado em 1º de março de 2011 nos Estados Unidos.

Biografia

Patrick Rothfuss cresceu como um ávido leitor, parcialmente devido ao tempo rigoroso e à falta de televisão a cabo. Ele entrou para a Universidade do Wisconsin – Stevens Point em 1991. Na universidade, originalmente planejava estudar para ser um engenheiro químico, mas mudou de ideia, buscando seguir carreira em psicologia clínica, até finalmente estabelecer-se, após três anos, como "não-declarado", passando a estudar qualquer assunto que lhe interessasse. Neste período, Patrick começou a trabalhar num longo romance de fantasia intitulado The Song of Flame and Thunder (tradução livre: A Canção da Chama e do Trovão). Ele também escrevia uma coluna, "Your College Survival Guide" ("O Seu Guia de Sobrevivência na Faculdade"), para o jornal do campus da universidade.

Após graduar-se como bacharel em Inglês em 1999 e receber o título de mestre pela Universidade Estadual de Washington, ele voltou para lecionar em Stevens Point. Depois de completar o livro que estava escrevendo, Patrick o enviou para diversas editoras, mas foi rejeitado. Em 2002, ganhou o concurso Writers of the Future com The Road to Levinshir (A Estrada para Levinshir), um excerto de seu romance. Em seguida, Rothfuss vendeu o livro para a editora DAW Books. O romance foi dividido em três partes, sendo a série intitulada A Crônica do Matador do Rei. O primeiro livro, O Nome do Vento, foi publicado em abril de 2007, ganhando o prêmio Quill Award de melhor fantasia/ficção científica, e foi listado entre os mais vendidos do New York Times. O segundo livro da série, O Temor do Sábio, foi lançado em 1º de março de 2011, alcançando o primeiro lugar da lista de mais vendidos do New York Times.

Resenha: O Nome do Vento de Patrick Rothfuss

Título: O Nome do Vento
Série: A Crônica do Matador do Rei
Autor(a): Patrick Rothfuss
Páginas: 648
Avaliação: ★★★★★ ♥
Ninguém sabe ao certo quem é o herói ou o vilão desse fascinante universo criado por Patrick Rothfuss. Na realidade, essas duas figuras se concentram em Kote, um homem enigmático que se esconde sob a identidade de proprietário da hospedaria Marco do Percurso. Da infância numa trupe itinerante, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O Nome do Vento acompanha a trajetória de Kote e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender a arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano  o lendário e misterioso grupo que assassinou sua família. Quando esses seres do mal reaparecem na cidade, um cronista suspeita que o misterioso Kote seja o personagem principal de diversas histórias que rondam a região e decide aproximar-se dele para descobrir a verdade. Pouco a pouco, o passado de Kote vai sendo revelado, assim como sua multifacetada personalidade  notório mago, esmerado ladrão, amante viril, herói salvador, músico magistral, assassino infame. Nesta envolvente narrativa, o leitor é transportado para um mundo fantástico, povoado por mitos e seres fabulosos, heróis e vilões, ladrões e trovadores, amor e ódio, paixão e vingança.
O livro conta a história de Kvothe, ou Kote (ele adquire muitos nomes no decorrer do livro), um homem com uma aparência cansada que cuida da Pousada Marco do Percurso. Agora você deve estar se pergunto: “Mas o que há de interessante na vida de um simples taberneiro?”. Ora! Mas quem disse que ele é um simples taberneiro? Não, não, não. Kvothe é, na verdade, tudo menos simples. 

Diga-me, como alguém pode ser simples depois de ter resgatado princesas de reis adormecidos em sepulcros? Incendiar a cidade de Trebon? Ser expulso da Universidade com menos idade do que a maioria das pessoas consegue ingressar? Caminhar a luz da lua por trilhas de que outros temem falar durando o dia? Conversar com deuses e escrever canções que fazem os menestréis chorarem? Entendeu agora? Kvothe é tudo menos simples; é um vilão e um herói, um demônio e um deus. Tudo. 

Mas chega desse papo furado, agora que você já entendeu quem é o protagonista, está na hora de entender sua história. 

Tudo começou, ou melhor, o livro começa com Kvothe já bem grandinho e dono da Pousada Marco do Percurso (você irá entender o porquê do nome quando ler o livro), mas, na verdade, o livro começa de verdade quando o Cronista acaba encontrando com Kvothe no meio de uma floresta perto da estrada que dá no vilarejo onde Kvothe mora. Vou explicar melhor: Kvothe acaba descobrindo que há um bando de scraels (não sei se o plural de scrael é assim) perto da estrada e decide ir investigar, ou melhor, destroçar o bando todo, mas, antes que tivesse a oportunidade, o Cronista acaba tropeçando nele e, antes que este pudesse ser chutado para fora, o bando ataca. Resultado: Cronista ferido e Kvothe sendo obrigado a cuidar dele. Típica donzela. 

Mas o que Kvothe não esperava era que o Cronista soubesse quem de fato ele é. Ok, vou explicar melhor, o motivo aparente de Kvothe ter se entranhado na hospedaria foi o fato de ele querer se esconder de tudo e de todos, ou pelos menos foi isso o que eu entendi. Mas voltando ao assunto, o Cronista acaba descobrindo a verdade e, depois de uma breve discussão, Kvothe aceita contar sua história de vida, com a condição de que o Cronista não alterasse nenhuma palavra dele. É ai que a história começa.

Admito que eu nunca tinha lido uma história contada dessa maneira, sério. Na verdade, eu nem esperava que a história fosse desse jeito, pensei que seria uma coisa completamente diferente e acabei me surpreendendo bastante. O fato é que o livro é baseado no Kvothe contando sua história para o Cronista, literalmente. É como se nós estivéssemos adentrando nas memórias dele e conhecendo todo o seu passado, desde a época em que viajava com seus pais em uma trupe itinerante até a época em que ele viveu na Universidade. 

Pra falar a verdade, é assim que o livro é dividido. Quem leu o quote que eu coloquei na resenha vai entender melhor, então, se você não leu, leia agora, aproveita esse tempinho que estou lhe dando...

“– A história levará três dias – interrompeu Kote. – A partir de amanhã. É isto que estou dizendo.
O cronista fechou os olhos e passou a mão no rosto. O conde ficaria furioso, é claro. Não havia como saber o que seria necessário para tornar a cair em suas graças. No entanto…
– Se essa é a única maneira de eu conseguir a história, aceito.
– Alegra-me saber – disse o hospedeiro, relaxando com um meio sorriso. – Ora, vamos, será que três dias é mesmo algo tão fora do comum?
A expressão séria do cronista retornou.
– Três dias é muito fora do comum. Mas por outro lado… – e parte de sua presunção pareceu escoar-se. – Por outro lado – repetiu com um gesto, como que para mostrar como eram inúteis as palavras –, você é o Kvothe.” página 53

Já leu? Ok, voltando para a resenha, o livro é dividido em três partes, quem observou bem a capa do livro notou que depois de A Crônica do Matador do Rei tem Primeiro Dia, o motivo disso é o fato de que Kvothe conta a sua história em três dias, ou seja, o primeiro livro é o primeiro dia e por aí vai. Entendeu? Não? Desculpe, mas não sei explicar melhor. 

Enfim, no decorrer do livro nós vamos acompanhando os inúmeros acontecimentos que ocorrem na vida de Kvothe, desde o assassinato de seus pais – um dos pontos mais importantes da história, muito citado no decorrer do livro –, a vida sem sentido que leva depois disso, até a sua entrada na Universidade e todos os problemas que enfrentou por lá. Não citarei mais coisas, pois o bom de ficar sem saber de nada é que o livro te surpreende a cada linha. Acho que, até mesmo com uma dúzia de spoilers pesados você se surpreende. 

Um dos motivos de eu ter amado esse livro foi o protagonista, ele é maravilhoso, não no sentido “herói”, mas pelo fato de ele ter luz e trevas dentro dele e não ficar se queixando por causa disso, na verdade, acho que ele só se queixa das trevas muito tempo depois, na Pousada. Kvothe é aquele personagem que não é bom nem ruim, mas ambos. Ele consegue ser o herói e o vilão, tudo ao mesmo tempo, e foi isso que eu mais gostei na história, pois, admita, não é sempre que se encontra um protagonista assim, na verdade, 90% dos protagonistas que eu conheço são inteiramente bonzinhos ou inteiramente ruins. 

Mas é claro que o livro tem outros pontos fortes além do protagonista, um bom exemplo disse é a escrita do autor. Meu Deus, que escrita maravilhosa! É aquela bem detalhada, mas que, mesmo assim, não deixa a leitura uma tortura. Na verdade, a escrita é tão gostosa de ler que quando vi já estava na metade do livro e nem tinha percebido. 

Outro favor positivo é a criatividade que o autor teve ao construir a história, eu amei essa criatividade, na verdade, me atrevo a dizer que ela me lembra um pouco a de Martin e que Rothfuss tem todo o direito de se encaixar no mesmo patamar que ele, entrando na minha lista de autores favoritos (no caso são só dois, mas fazer o que?!). 

Acho que não preciso dizer que o livro entrou instantaneamente para os meus favoritos, não é?! Acho que, sinceramente, todo fanático por fantasia (como eu) tem a obrigação de ler esse livro e espero avidamente que os próximos livros da trilogia sejam tão bons quanto esse!

A Crônica do Matador do Rei:
1) O Nome do Vento
2) O Temor do Sábio
3) ??????????????